O conceito de Smart Grid depende da capacidade de comunicação entre medidores, sensores, controladores e centrais de operação. No Brasil, um novo movimento tem ganhado força: o uso da tecnologia Power Line Communication (PLC) para transmitir dados pela própria rede elétrica.
Pesquisadores de universidades brasileiras, em parceria com concessionárias regionais e startups do setor de energia, vêm desenvolvendo protocolos adaptados à realidade elétrica nacional — marcada por redes trifásicas, longas distâncias e interferências constantes. A principal vantagem do PLC é sua capilaridade natural: ele utiliza a mesma infraestrutura da energia elétrica, eliminando a necessidade de redes móveis ou cabeamento adicional.
Além da medição remota (telemetria), a tecnologia também tem aplicações em controle de iluminação pública, resposta automática à demanda e integração com microgeração distribuída (como solar e eólica).
Ainda existem desafios, como ruídos eletromagnéticos, instabilidade em transformadores antigos e limitações de banda. No entanto, os avanços recentes em codificação adaptativa e filtragem de sinais tornam a tecnologia cada vez mais robusta. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já discute regulamentações específicas para uso massivo do PLC no setor de distribuição.
Se os testes-piloto se consolidarem, o Brasil poderá finalmente contar com uma solução técnica viável e de baixo custo para implementar redes inteligentes em larga escala, sem depender de infraestrutura de telecomunicações de terceiros.
