Falta de engenheiros RF ameaça o avanço do 5G no Brasil

O 5G chegou ao Brasil com a promessa de impulsionar a automação industrial, o agronegócio conectado e as cidades inteligentes.
Engenheiro trabalhando na rede

O 5G chegou ao Brasil com a promessa de impulsionar a automação industrial, o agronegócio conectado e as cidades inteligentes. No entanto, há um obstáculo silencioso travando o avanço dessas iniciativas: a escassez de engenheiros especializados em radiofrequência (RF). Essa área, que exige conhecimento específico em propagação eletromagnética, design de antenas, filtros, modulação e análise espectral, está sofrendo com a falta de formação técnica alinhada às necessidades do mercado.

Empresas do setor de telecomunicações e de infraestrutura elétrica relatam atrasos em projetos devido à dificuldade de encontrar profissionais que compreendam desde as simulações de cobertura até o balanceamento de espectros complexos em ambientes urbanos.

O problema é agravado por dois fatores: a fuga de talentos para mercados externos, principalmente Europa e Oriente Médio, e o desalinhamento entre a formação acadêmica e a prática de campo. Enquanto universidades formam engenheiros com base em teoria clássica, o setor precisa de profissionais aptos a lidar com equipamentos modernos, plataformas de medição, scripts de automação e conformidade regulatória.

Além disso, a engenharia RF está no centro de diversas outras tecnologias emergentes — como veículos autônomos, IoT industrial e redes privadas LTE — o que só aumenta a pressão sobre esse mercado. Algumas operadoras já começaram a investir em programas internos de capacitação, mas o impacto da escassez ainda será sentido pelos próximos anos.

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