Diante do aumento dos custos operacionais e da pressão por eficiência, empresas industriais em diferentes regiões do Brasil passaram a adotar uma prática antes restrita a grandes players: a medição de energia elétrica por amostragem estratégica. A abordagem consiste em realizar campanhas periódicas de medição — por 5 a 7 dias úteis — em setores rotativos da planta, alternando a localização do analisador ao longo do ano.
Essa estratégia visa evitar a necessidade de aquisição de diversos equipamentos de medição contínua, otimizando o uso de um único analisador técnico de qualidade. Segundo especialistas, quando bem planejada e executada com base em critérios técnicos — como carga instalada, histórico de falhas e variações de produção —, a medição por amostragem oferece dados suficientes para identificar distorções harmônicas, variações de tensão, desequilíbrios e oscilações críticas com precisão.
O movimento tem ganhado força em setores como alimentos, metalurgia e manufatura, onde paradas não planejadas causam prejuízos significativos, mas o orçamento não permite instalação permanente de sensores em toda a rede. Além disso, os dados levantados estão sendo usados de forma proativa em planos de manutenção, negociações com concessionárias e até em análises preditivas internas.
Empresas que antes só reagiam a falhas agora conseguem prever distúrbios e agir preventivamente, mantendo o controle sobre a qualidade da energia sem depender de investimentos altos em sistemas fixos. O modelo por amostragem, combinado a relatórios técnicos periódicos, surge como uma alternativa viável para pequenas e médias indústrias que querem ganhar inteligência elétrica sem comprometer o caixa.
