Uma série de fiscalizações realizadas nas últimas semanas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou um número alarmante de obras — tanto civis quanto industriais — em que trabalhadores realizavam atividades em altura sem qualquer sistema de ancoragem, linha de vida ou capacitação exigida pela NR-35.
Em alguns canteiros, o uso de cinto de segurança tipo paraquedista era inexistente, e, em outros, os equipamentos estavam presentes, mas sem inspeção periódica ou sem estar devidamente conectados aos pontos de ancoragem. Houve também casos de ausência de Plano de Emergência ou simulação de resgate, colocando os trabalhadores em risco extremo em caso de queda.
A NR-35 exige treinamento teórico e prático com carga horária mínima, avaliação médica de aptidão e comprovação documental de que o ambiente está preparado para o trabalho seguro. No entanto, a terceirização excessiva, a pressão por produtividade e a falta de cultura preventiva têm levado empresas a tratar o cumprimento da norma como algo burocrático — o que está diretamente ligado ao aumento de acidentes fatais por queda, uma das principais causas de morte no setor da construção civil.
O MTE declarou que ampliará a atuação em regiões metropolitanas e corredores logísticos industriais, com fiscalizações surpresa e aplicação imediata de interdições. Empresas autuadas terão que suspender os serviços até a comprovação de regularização plena dos requisitos.