Nos primeiros oito meses de 2025, o número de chamadas técnicas relacionadas a falhas no sistema de aterramento elétrico em condomínios residenciais aumentou consideravelmente, segundo dados de concessionárias e empresas especializadas. Em várias capitais brasileiras, o problema se tornou uma das principais causas de queima de eletrodomésticos, disparo de disjuntores e surtos de tensão em equipamentos eletrônicos — especialmente durante chuvas e trovoadas.
Além das perdas materiais, há registros de choques leves em portões automáticos, interfones e elevadores, indicando risco real à segurança dos moradores. Técnicos apontam que a maioria dos empreendimentos afetados nunca realizou inspeção completa do sistema de aterramento desde sua construção. Em alguns casos, o eletrodo de aterramento sequer está conectado, e em outros, foi corroído sem que ninguém percebesse.
O aumento das ocorrências gerou alerta também entre síndicos e administradoras. Empresas de seguro predial passaram a exigir laudos técnicos atualizados sobre SPDA e aterramento como condição para renovação de apólices, principalmente em edifícios com mais de 10 anos de uso.
A situação expõe uma lacuna crítica na gestão predial: o aterramento elétrico é invisível, mas essencial. Quando negligenciado, coloca toda a estrutura em risco — da integridade física dos moradores à funcionalidade dos sistemas eletrônicos do condomínio. A recomendação dos especialistas é clara: inspeção anual com medição de resistência ôhmica e análise completa do sistema, com ART assinada e plano de correções quando necessário.