Existe um mito persistente no meio técnico: o de que vender é coisa para o pessoal do comercial, não para engenheiros ou técnicos. Que quem “sabe muito” não precisa se promover. Que o bom profissional é reconhecido automaticamente. Esse pensamento é um desserviço à categoria.
No mundo real, quem não sabe comunicar valor técnico com clareza acaba sendo substituído por quem sabe. Neste editorial, argumentamos que o técnico que não aprende a vender seu serviço com inteligência e honestidade está abrindo mão da sua capacidade de influenciar decisões, de negociar tempo, preço e escopo com propriedade, e de proteger a qualidade da entrega.
Vender não significa ser superficial ou marqueteiro. Significa construir pontes entre o conhecimento especializado e o problema real do cliente. Significa traduzir complexidade em decisão segura. E, principalmente, significa ocupar com autoridade o espaço que hoje está sendo tomado por soluções ruins bem apresentadas.
O futuro da engenharia técnica exige uma nova postura: não basta dominar o tema. É preciso comunicar esse domínio de forma que o cliente compreenda, confie e compre. Com transparência e com firmeza.